Resumen

Nas últimas décadas no Brasil, as prescrições dos documentos curriculares oficiais da matemática escolar têm se constituído como uma prática de sucessivos governos. Todavia, ainda são poucas as pesquisas sobre a participação de professores e educadores matemática na construção dessas prescrições. Objetivo: Apresentar a perspectivada colaboradora da pesquisa na coordenação geral dos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) da área de Matemática (3º e 4º ciclos do Ensino Fundamental). Design: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com a produção de fonte documental por meio de entrevistas com procedimentos da história oral temática. Ambiente e participantes: A colaboradora da pesquisa foi a professora doutora Célia Maria Carolino Pires e as entrevistas foram realizadas na residênciadela. Coleta e análise de dados: Recorreu-se tanto às fontes orais, na forma de entrevistas com uma pesquisadora no campo da educação matemática, quanto às fontes escritas que complementaram as informações necessárias. Resultados: Este artigo presenta um recorte temático que, de um lado, torna públicas as opiniões de uma pessoa que participou ativamente da elaboração e difusão dos PCN; e, de outro lado, convida à reflexão sobre o quanto –nos últimos 50 anos no Brasil –os professores da escola básica tiveram oportunidade de ser coadjuvantes / protagonistas no que se refere à produção de currículos, e como essa produção tem sido conduzida e compreendida como política de governo (e partidos políticos) e não de Estado. Conclusões: O artigo apresenta considerações feitas por uma participante engajada no processo de elaboração e difusão dos PCN de Matemática para o 3º e 4º ciclos do Ensino Fundamental e –além disso -, foi construído de modo a promover uma reflexão sobre temas mais recentes que comportam, por exemplo, pensar sobre os modos como as avaliações externas passam a induzir a produção de currículos, funcionando como termômetros que supostamente podem captar índices de produtividade do sistema escolar e, ao mesmo tempo, promover mais sintomas da própriadoença que supostamente busca apenas “aferir”.