Resumen

Este texto analisa os saberes da formação de professores que ensinam Matemática. Em específico, do saber desenho presente na formação de professores(as) normalistas do estado do Maranhão. Neste sentido, a análise apoia-se no ferramental teórico-metodológico da história cultural e mobiliza conceitos elaborados pela Equipe de Pesquisa em História Social da Educação – ERHISE, da Universidade de Genebra, sobre saberes a ensinar e saberes para ensinar, bem como agrega apropriações desse ferramental por historiadores da educação matemática no Brasil. Com isso, buscou-se responder a seguinte questão: que finalidades de ensino são emanadas da escolha de saberes a ensinar desenho para os(as) alunos(as) da Escola Normal do Maranhão, durante a primeira metade do século XX? Os resultados apontam que a seleção de saberes a ensinar para essa instituição serviu para desenvolver habilidade intuitiva na avaliação de grandezas e distâncias, técnico-gráfica na elaboração de desenhos ornamentais e de arte aplicada e, prática para o uso cotidiano. Ademais, a organização desses saberes seguia a lógica de transmissão de saberes baseada no método de ensino intuitivo.