Construção e interpretação de diagramas de extremos e quartis por alunos portugueses do 9.º ano de escolaridade
Tipo de documento
Lista de autores
Carvalho, Maria José, Fernandes, José Antônio y Freitas, Adelaide
Resumen
Este estudo debruça-se sobre as dificuldades de alunos portugueses do 9.º ano de escolaridade na construção e interpretação de diagramas de extremos e quartis (DEQ). O estudo tem por base as respostas dadas por 93 alunos do 9.º ano a duas questões sobre DEQ num teste de diagnóstico escrito. Examinando as configurações dos objetos e processos matemáticos que intervêm nas resoluções dos alunos, identificaram-se discrepâncias entre os significados pessoais atingidos pelos alunos e os significados institucionais pretendidos na construção e interpretação de DEQ, constatando-se que: (i) na construção de DEQ observam-se confusões na forma de apresentar um DEQ ao incorporar o seu suporte numérico no próprio diagrama, detectando-se dificuldades na precisão a tomar para a escala do suporte quando o domínio de variação dos dados é maior; e (ii) na interpretação de DEQ são manifestas dificuldades em analisar a forma distribucional dos dados através de um DEQ, observando- se a tendência para o aluno responder com base na perceção intuitiva da simetria e dispersão da distribuição, sem recorrer a medidas estatísticas adequadas na sua argumentação. Observou-se, ainda, que a construção do DEQ é mais fácil do que a sua interpretação. Estes resultados corroboram a ideia de que a análise de dados agregados, usando DEQ, não é uma tarefa fácil de compreender por parte de alunos deste nível de escolaridade, sugerindo-se uma maior articulação entre atividades de construção de DEQ e atividades de interpretação.
Fecha
2019
Tipo de fecha
Estado publicación
Términos clave
Dificultades | Métodos estadísticos | Organización y representación de datos | Semiótica
Enfoque
Nivel educativo
Idioma
Revisado por pares
Formato del archivo
Volumen
33
Número
65
Rango páginas (artículo)
1508-1532
ISSN
19804415
Referencias
ARTEAGA, P.; BATANERO, C.; CAÑADAS, G.; CONTRERAS, J. M. Las tablas y gráficos estadísticos como objetos culturales. Números, La Laguna, v. 76, p. 55-67, 2011. BAKKER, A.; BIEHLER, R.; KONOLD, C. Should young students learn about box plots? In: BURRILL, G.; CAMDEN, M. (Ed.). International Association for Statistical Education 2004 Roundtable: Curricular development in statistics education. Voorburg: International Statistical Institute, 2004. p. 163-173. BOAVENTURA, M. G.; FERNANDES, J. A. Dificuldades de alunos do 12.º ano nas medidas de tendência central: O contributo dos manuais escolares. In: FERNANDES, J. A.; SOUSA, M. V.; RIBEIRO, S. A. (Org.). Ensino e aprendizagem de probabilidades e estatística – Actas do I Encontro de Probabilidades e Estatística na Escola. Braga: Centro de Investigação em Educação da Universidade do Minho, 2004. p. 103-126. COSTA, B.; RODRIGUES, E. Novo Espaço: Matemática 8.º ano/Parte 2. Porto: Porto Editora, 2014. CURCIO, F. R. Developing graph comprehension: elementary and middle school activities. Reston: NCTM, 1989. DINIZ, L. N.; FERNANDES, J. A. Interações entre construção e interpretação de gráficos estatísticos em projetos de modelagem matemática com uso de tecnologias de informação e comunicação. VIDYA, Santa Maria, v. 36, n. 2, p. 457-475, 2016. EDWARDS, T. G.; ÖZGÜN-KOCA, A.; BARR, J. Interpretations of boxplots: Helping middle school students to think outside the box. Journal of Statistics Education, Alexandria, v. 25, n. 1, p. 21-28, 2017. ESPINEL, M. C.; GONZÁLEZ, M. T.; BRUNO, A.; PINTO, J. Las gráficas estadísticas. In: SERRANO, Luis R. (Ed.). Tendencias actuales de la investigación en educación estocástica. Málaga: Gráficas San Pancracio, 2009. p. 57-74. FERNANDES, J. A.; BARROS, P. M. Dificuldades de futuros professores do 1.º e 2.º ciclos em estocástica. In: CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (CIBEM), 5, 2005, Porto. Anais... Porto: Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, 2005. FREITAS, A.; CRUZ, J. P.; SILVA, N. Mediana de dados não agrupados: a questão de ser pelo menos 50%. Educação e Matemática, Lisboa, n. 143, p. 18-21, 2017. FREITAS, A.; FIGUEIREDO, T.; SILVA, N.; MIRANDA, M. C. Dificuldades na aprendizagem da Mediana e Quartis por alunos do 8.º ano de escolaridade: estudo comparativo Fórmula versus Gráfico. Indagatio Didactica, Aveiro, v. 10, n. 2, p. 109-132, 2018. FRIEL, S.; CURCIO, F.; BRIGHT, G. Making sense of graphs: critical factores influencing comprehension and instituctional implications. Journal for Research in Matemátics Education, Reston, v. 32, n. 2, p. 124-158, 2001. GAL, I. Adult’s statistical literacy. Meanings, components, responsibilities. International Statistical Review, Voorburg, v. 70, n. 1, p. 1-25, 2002. GALL, M.; GALL, P.; BORG, W. Educational research: An introduction. Boston: Allyn and Bacon, 2003. GODINO, J. D. Indicadores de la idoneidad didáctica de procesos de enseñanza y aprendizaje de las matemáticas. In: CONFERÊNCIA INTERAMERICANA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, 13., 2011, Recife. Anais... Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2011. GODINO, J. D.; BATANERO, C. Significado institucional y personal de los objetos matemáticos. Recherches en Didactique des Mathématiques, Grenoble, v. 14, n. 3, p. 325-355, 1994. GODINO, J. D.; BATANERO, C.; FONT, V. The onto-semiotic approach to research in mathematics education. ZDM - The International Journal on Mathematics Education, Verlag, v. 39, n. 1-2, p. 127-135, 2007. IACOMONE, B.; BATANERO, C.; FONT, V. Enfoque ontossemiótico de los conocimientos y competencias del profesor de matemáticas. Bolema, Rio Claro, v. 31, n. 57, p. 90-113, 2017. LOPES, C. E. O ensino de probabilidade e estatística na escola básica nas dimensões do currículo e da prática pedagógica. In: SIMPÓSIO IBEROAMERICANO DE ENSEÑANZA MATEMÁTICA, 16.,2004, Castellón. Anais… Castellón: Universitat Jaume I, 2004. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA. Programa e Metas Curriculares de Matemática do ensino básico. Lisboa: Autor, 2013. NEVES, M. A. F. Matemática 8. Porto: Porto Editora, 2014. MORAIS, P. C.; FERNANDES, J. A. Realização de duas tarefas sobre construção, leitura e interpretação de gráficos estatísticos por alunos do 9º ano. In: SEMINÁRIO DE INVESTIGAÇÃO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA (XXII SIEM), 22., 2011, Lisboa. Anais... Lisboa: Associação de Professores de Matemática, 2011. OLIVEIRA, H; HENRIQUES, A. Promover o raciocínio estatístico no ensino básico recorrendo à tecnologia. Boletim da SPE, Lisboa, Outono, p. 23-31, 2014. PAIS, S.; SARAIVA, M. J. O Significado das representações da função afim para discentes do 8.o ano de Escolaridade. Quadrante, Lisboa, v. 20, n. 2, p. 17-55, 2011. PONTE, J.; FONSECA, H. Orientações curriculares para o ensino da estatística: Análise comparativa de três países. Quadrante, Lisboa, v. 10, n. 1, p. 93-115, 2001. RUMSEY, D. J. Statistical literacy as a goal for introductory statistics courses. Journal of Statistics Education, Alexandria, v. 10, n. 3, 2002. SERRANO, L.; ORTIZ, J.; RODRIGUEZ, J. La simulación como recurso didáctico en la enseñanza de la probabilidad. Las gráficas estadísticas. In: SERRANO, L. R. (Ed.). Tendencias actuales de la investigación en educación estocástica. Málaga: Gráficas San Pancracio, 2009. p. 157–176. SKEMP, R. Psicología del aprendizaje de las matemáticas. 2. ed. Madrid: Ediciones Morata, 1993. TUKEY, J. W. Exploratory data analysis. Reading: Addison-Wesley, 1977.