Os desafios da formação inicial de estudantes indígenas brasileiros em tempos de pandemia
Tipo de documento
Autores
Ixynoa, Railton | Ortiz, Plínio | Pereira, Elisângela Aparecida | Peres, Mario | Ribeiro, Gerson
Lista de autores
Pereira, Elisângela Aparecida, Ribeiro, Gerson, Peres, Mario, Ortiz, Plínio y Ixynoa, Railton
Resumen
Em tempos atuais, a calamidade pela qual passa a humanidade em meio à pandemia causada pela Covid- 19 acarretou o isolamento social, impactando principalmente a área da Educação, por meio da suspensão das atividades disciplinares presenciais nas escolas e universidades brasileiras. Surgiram então alguns obstáculos, como as dificuldades enfrentadas pelos estudantes quanto ao acesso à estrutura mínima para a participação nas aulas por meio das Tecnologias de Informação e Comunicação. É nesse contexto que o presente estudo se pauta para refletir sobre como os indígenas do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e do curso de Licenciatura em Formação de Professores Indígenas da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) vêm desenvolvendo suas atividades acadêmicas e de pesquisa em tempos obscuros. Nesse sentido, tomamos como ponto de partida a seguinte indagação: Qual o impacto da pandemia causada pela Covid-19 no processo de formação inicial dos estudantes indígenas em cursos de Licenciatura Intercultural e em Matemática nos estados do Amazonas e do Tocantins? Para tanto, objetivamos conhecer os modos de estudo e de pesquisa dos estudantes indígenas em cursos de Licenciatura intercultural e em Matemática em meio à suspensão das aulas presenciais. O estudo possui abordagem qualitativa pautada na pesquisa etnográfica, para o qual foram recolhidas e analisadas narrativas de formação dos partícipes da pesquisa – estudantes indígenas do povo Xambioá/TO/Brasil, Kokama/AM/Brasil e Baniwa/AM/Brasil, via Diagnóstico Sociocultural de Futuros Professores Indígenas de Matemática. Nossas considerações reflexivas destacam que, mesmo vivendo em distintos lugares com distintas culturas e visão holística de mundo próprias, esses povos indígenas apresentam uma unidade quanto à força e à vontade de conquistar seu espaço e buscar uma formação pautada na postura crítica, investigativa e reflexiva, mesmo diante das situações adversas nas quais vivem em tempos não só de obscurantismo das políticas públicas, mas, sobretudo provenientes da pandemia.
Fecha
2020
Tipo de fecha
Estado publicación
Términos clave
Enfoque
Idioma
Revisado por pares
Formato del archivo
Revista
Revista Latinoamericana de Etnomatemática: Perspectivas Socioculturales de la Educación Matemática
Volumen
13
Número
1
Rango páginas (artículo)
215-235
ISSN
20115474
Referencias
Angrosino, M. (2009). Etnografia e observação participante. Trad. Fonseca, J. Superv. ver. Lewgoy, Bernardo. Porto Alegre: Artmed. Bacury, G. & Melo, E. (2018). Ensino e aprendizagem das matemáticas com indígenas do Alto Rio Negro/AM da Universidade Federal do Amazonas. Educação Matemática em Revista, Brasília, 23 (60), 157-168, out./dez. Disponível em: http://www.sbem.com.br/revista/index.php/emr/article/view/1347. Bacury, G. (2017). Práticas investigativas na formação de futuros professores de Matemática. (Doutorado em Educação em Ciências e Matemáticas) – Universidade Federal do Pará. Baniwa, G. (2009). Indígenas no ensino superior: novo desafio para as organizações indígenas e indigenistas do Brasil. In M. Smiljanic, J. Pimenta, & S. Baines. (Orgs.). Faces da Indianidade. (p. 187-22). Curitiba: Nexo Design. Borba, M. Almeida, H. & Gracias, T. (2018). Pesquisa em ensino e sala de aula: diferentes vozes em uma investigação. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora. Brasil. (2020a). Portaria nº 343. Brasília: Ministério da Educação, Diário Oficial da União. Disponível em: . Acesso em: mar./2020. Brasil. (2020b). Portaria nº 544. Brasília: Ministério da Educação, Diário Oficial da União. Disponível em: . Acesso em: mar./2020. Brasil. (2005). Secretaria de educação continuada, alfabetização e diversidade. Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas - RCNEI. 2. ed. Brasília: MEC/Secadi. Disponível em . Acesso em: mar./2019. Brasil. (2010). Censo demográfico. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em http://indigenas.ibge.gov.br/graficos-e-tabelas-2.html, acesso em: abr. de 2019. Brasil. (2015). Resolução CNE/CP Nº 2. Brasília: Conselho Nacional de Educação, Diário Oficial da União. Disponível em: . Acesso em: jan. 2018. Daaliroa, P. (2020) Diagnóstico Sociocultural de Futuros Professores Indígenas de Matemática. São Gabriel da Cachoeira: Comunidade Indígena: Inambu. D’Ambrosio, U. (2004). Etnomatemática e educação: Alguns elementos de reflexão. In: G. Knijnik, F. Wanderer & J. C. de Oliveira, J. C. (Orgs.). Etnomatemática: currículo e formação de professores. (pp. 39-52). Santa Cruz do Sul: Edunisc. Ferreira, M. (2006). Quem narra diz. In: Revista Educação em Questão, Natal, v. 27, (13), pp. 51-76. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/educacaoemquestao/issue/view/309. Ferreira, M. (2006). A abordagem colaborativa: uma articulação entre pesquisa e formação. In. SAMPAIO, M & SILVA, R. (Orgs.). Saberes e práticas de docência. (pp. 359-396). Campinas: Mercado de letras. (Série Geral, Educação Superior e Formação Continuada do Educador). Ixynoa, R. (2020) Diagnóstico Sociocultural de Futuros Professores Indígenas de Matemática. Santa Fé do Araguaia: Comunidade Indígena Hawa-tymará. Jovchelovitch, S & Bauer, M. (2008). Entrevista narrativa. In M. Bauer, & G. Gaskel. (Orgs.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um guia prático. Trad. Guareschi, P. A. Petrópolis: Editora Vozes. (p. 90-113). Mapiama, M. (2020) Diagnóstico Sociocultural de Futuros Professores Indígenas de Matemática. Benjamin Constant: Comunidade Indígena Guanabara II. Melo, E., Bacury, G., Silva, P. & Silva, D. (2020). O lugar das matemáticas na formação de professores indígenas da região do Alto Solimões/AM. Arquivos analíticos de políticas educativas (aape/epaa). 81, (28) pp. 1-30. Disponível em https://doi.org/10.14507/epaa.28.4773. Dossiê especial, Educação e Povos Indígenas - Identidades em Construção e Reconstrução. Melo, E. & Bacury, G. (2017). Etnomatemática e indisciplina: perspectivas na/para formação de professores indígenas nos Estados do Tocantins e do Amazonas. In Revista LES. 02 (36), pp. 379-412. Disponível em: . Acesso em: jan./2018. Universidade Federal do Amazonas. (2012) Projeto Político Pedagógico do curso de licenciatura formação de professores indígenas. Câmpus Manaus. Disponível em:. Acesso em: mai. 2019. Universidade Federal do Tocantins. (2019) Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Matemática do Campus de Araguaína. Silva, R. (2011). Afinal, quem educa os educadores indígenas. In: N. Gomes, & P. Silva. (Orgs.). Experiências étnico-culturais para a formação de professores. (p. 83-101). 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora.