O desenho na educação do homem novo brasileiro: alfabetização gráfica à visibilidade dos fundamentos das artes e das ciências
Tipo de documento
Autores
Lista de autores
Costa, Gláucia Maria
Resumen
O artigo traz elementos que subsidiam a História da Educação em Desenho, além de abordar o Desenho como disciplina escolar, traz sua compreensão enquanto método de alfabetização gráfica, no sentido de aprendizado do ler e escrever pela representação do mundo e das ideias pelo Desenho, linguagem importante para a formação do homem novo, fruto das ideias iluministas. Essa linguagem dá visibilidade e socializa os fundamentos das Artes (prática) e das Ciências (especulação), desde as escolas de primeiras letras oitocentistas. O artigo analisa e organiza a gênese dos fundamentos, das propostas pedagógicas e do papel social do Desenho no contexto iluminista e revolucionário francês, e mostra os reflexos destes eventos na educação no Brasil Imperial, no século XIX. Pela vertente da história da educação, o estudo estabelece correlação entre as propostas pedagógicas que destacaram os fundamentos didáticos do Desenho e incentivaram a sua presença na instrução pública Europeia com a consequente batalha brasileira em implantar o seu sistema de ensino e assim promover a reforma no tecido social. O Desenho Linear chegou às escolas primárias, secundárias e profissionais como um método de alfabetização gráfica necessária e à disposição das artes e das ciências, aqui em especial a Geometria. Os ideais iluministas franceses de socialização do Desenho, a partir das escolas primárias, desfazem a ideia de que nas escolas públicas de primeiras letras, inclusive a brasileira, só se ensinava o ler, o escrever e o contar, pois desenhar também era prioridade para aprimoramento dos sentidos, do gosto e desenvolvimento de habilidades gráficas para visibilidade das coisas, do mundo e das ciências. O Desenho Linear chegou como uma proposta de alfabetização gráfica, como processo importante para a formação do sujeito à compreensão das ciências, à aquisição de técnicas e à apreciação estética, na capacitação do homem novo em prol do progresso e da moralização da nação.
Fecha
2016
Tipo de fecha
Estado publicación
Términos clave
Desde disciplinas académicas | Geometría | Historia de la Educación Matemática
Enfoque
Nivel educativo
Educación media, bachillerato, secundaria superior (16 a 18 años) | Educación primaria, escuela elemental (6 a 12 años) | Educación secundaria básica (12 a 16 años)
Idioma
Revisado por pares
Formato del archivo
Volumen
2
Número
2
Rango páginas (artículo)
6-38
ISSN
24476447
Referencias
Almeida, A.B.(1960). O ensino de Desenho. Separata n.10 da Revista Palestra. Lisboa. Arce, A.(2002). A pedagogia na “era das revoluções”:uma análise do pensamento de Pestalozzi e Froebel.Campinas, SP: Autores Associados. Bastos, M.H.C. (1997). A instrução pública e o ensino mútuo no Brasil: uma história pouco conhecida (1808-1827).Revista de História da Educação,ASPHE, Pelotas, 115-133. Borges, A.C.(1882). DesenhoLinearou Elemento de Geometria Prática: seguidos de algumas noções de Agrimensura, Estereometria e Arquitetura. Primeira.(2ª ed). São Paulo: Livraria Francisco Alves. Boto, C. (1996). A escola do homem novo:entre o iluminismo e a revolução francesa.São Paulo: Editora Unesp. Chies, F. (2007). Froebele Pestalozzi.Wordpress.Consultado em 2016, agosto 19em:https://francielle.wordpress.com/2007/11/16/froebel-e-pestalozzi/ Comenius, J.A. (2002). Didática Magna.Trad. Ivone Castilho Benedetti.(2ª ed). São Paulo: Martins Fontes. Condorcet,J. A. N.C. (2008). Cinco memorias sobre a instrução pública. Tradução e apresentação Maria das Graças de Sousa.SãoPaulo: Editora UNESP. D’Enfert, R.(2007).Uma nova forma de ensino de Desenhona França no início do século XIX: o DesenhoLinear. Tradução Maria Helena Câmara Bastos. História daEducação, ASPHE/UFPel.mai-ago, 22, 31-60. Dória, R.P.(2004).Entre o Belo e o Útil: manuais e práticas do ensino do Desenhono Brasil do século XIX.São Paulo. Tese (Doutorado naárea de Estruturas Ambientais Urbanas). Eby, F. (1976). História da educação moderna: teoria, organização e práticas educacionais. (2ª ed). Tradução de Maria Ângela Vinagre de Almeida; Nelly Alteotti Maia; Malvina Cohen Zaide. Porto Alegre: Globo. Francoeur, L-B. (1839). Dessin linéaire et arpentage, pour toutes lês écoles primaires, quel que soit le mode d’instruction qu’on y suit. (4ªed). Paris: ChezLouis Colar et Chez Bachelier. Froebel, F.A.(2001). A Educação do Homem. Tradução Maria Helena Câmara Bastos. Passo Fundo: Editora UPF. Haidar, M. L.M. (1972).O ensino secundário no Império brasileiro. São Paulo: USP. Hsuan-An, T. (1997). Desenhoe organização bi e tridimensional da forma.Goiânia: UCG. Moacyr, P. (1939).A Instrução e as Províncias (Subsídios par a História da Educação no Brasil) –1835-1889: Bahia, Sergipe, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso.(v.2). São Paulo: Companhia Editora Nacional. Nascimento, R.A.(1994). O Ensino do Desenhona Educação Brasileira: apogeu e decadência de uma disciplina escolar.São Paulo-Marília: UNESP. Dissertação (Mestrado em Educação na Faculdade de Filosofia e Ciências). Nunes, A.D’A.(2003a). Política educacional no início da República na Bahia:duas versões do projeto liberal.Bahia: UFBA/FACED, Tese (Doutorado em Educação). Nunes, A.D’A.(2003b).O ensino secundário na província, depois estado, da Bahia, no século XIX. (v.98). Revista do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, Salvador, 98. Nunes, A. D’A. (1999).As reformas educacionais na província da Bahia durante o império brasileiro.Gestão em Ação, Salvador,jan/jun, 2(1), 73-98. Rodrigues, A.L. M. M. (2000). O Desenho: ordem do pensamento arquitectônico. Lisboa: Referência/Editorial Estampa. Rousseau, J. J.(1992). Emilio ou da Educação. Rio de Janeiro:Bertrand Brasil S.A. Silva, M. F. (2014). O embate entre artes liberais e artes mecânicas e o discurso da educação profissional no Brasil no final do século XIX e início do século XX. Revista Temas em Educação,João Pessoa, jan/jun, 23(1), 160-168. Valente, W. R. (2012). Tempos de império: a trajetória da geometria como um saber escolar para o curso primário.Revista Brasileira de História daEducação,Campinas, SP: SBHE. set/dez, 3(30),73-94.