Entre epistemologias hegemônicas e sabedorias outras: a matemática na encruzilhada1
Tipo de documento
Autores
Lista de autores
Giraldo, Victor, Matos, Diego y Quintaneiro, Wellerson
Resumen
No presente cenário político e social global, por um lado, especialmente no Brasil, o negacionismo científico tem contribuído para sustentar necropolíticas; e, por outro lado, formas de estar no mundo associadas a uma noção hegemônica de progresso têm sido associadas à pandemia de covid-19, bem como a outras crises ambientais e sociais iminentes. Nesse sentido, sabedorias outras, especialmente de povos e culturas historicamente invisibilizados, podem inspirar caminhos mais sustentáveis que aqueles associados a epistemologias hegemônicas. Neste texto, propomos algumas reflexões acerca dessas duas facetas de uma perspectiva da modernidade/colonialidade (e.g. Quijano, 2000). Provocados por essas reflexões, e retomando trabalhos anteriores (Giraldo 2018, 2019), discutimos o papel da matemática como disciplina escolar na produção de visões sobre as ciências ditas “exatas” e sobre seu papel nas sociedades contemporâneas. Inspirados na Pedagogia das Encruzilhadas e, mais especificamente, em seus conceitos de rolê epistemológico e de cruzo (Rufino, 2018, 2019), nos desafiamos a reivindicar uma educação matemática em que epistemologias hegemônicas e sabedorias outras não sejam postas em confronto, mas sim chamadas para o jogo.
Fecha
2020
Tipo de fecha
Estado publicación
Términos clave
Enfoque
Nivel educativo
Idioma
Revisado por pares
Formato del archivo
Revista
Revista Latinoamericana de Etnomatemática: Perspectivas Socioculturales de la Educación Matemática
Volumen
13
Número
1
Rango páginas (artículo)
49-66
ISSN
20115474
Referencias
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