Gênero como um problema nos livros didáticos de matemática: manual prático de como ser menina/mulher
Tipo de documento
Autores
Lista de autores
Neto, Vanessa y Silva, Marcio
Resumen
As questões de gênero têm sido pautadas recentemente em nosso país a partir de um viés misógino e patriarcal. Aparentemente, a matemática escolar nada teria a contribuir ou problematizar neste sentido. Todavia, o exercício que nos propomos colocaem xeque a neutralidade desta disciplina escolar e a movimenta a partir de uma perspectiva que permite indagar a temática de gênero na contemporaneidade. Objetivo: no recorte feito para este artigo, analisamos as abordagens dadas por estes dois trabalhos em relação as questões de gênero e suas conexões com a educação matemática. Cenário: analisandoos 113 livros que compuseram o corpus da investigação, selecionamos 12 imagens que nos ajudam a compor o que denominamos por “manual prático de como ser menina”. Design: este manual foi elaborado como uma narrativa ficcional a partir do exercício teórico-analítico empreendido sobre o material com o uso da Análise do Discurso. Coleta e análise de dados:ao entendermos as imagens como dispositivospedagógicos, buscamos regularidades que nos permitiram elaborar o manual. Resultados: a partir das análises, construímosas seguintes frases relacionadas aosujeito menina/mulher: (i) meninas precisam ser cuidadosas; (ii) meninas devem ser abnegadas; (iii) meninas devem ser delicadas; (iv) mulheres devem cuidar do tempo, (vi) meninas devem ser organizadas e eficientes e, finalmente, (vii) meninas devem saber cozinhar. Conclusão: a matemática, como ciência não neutra, opera como instrumento para que valores de sejáveis de uma parcela extremamente conservadora da população brasileira sejam ensinados e propagados.
Fecha
2021
Tipo de fecha
Estado publicación
Términos clave
Formativos | Género | Libros de texto | Otro (fundamentos) | Reflexión sobre la enseñanza
Enfoque
Nivel educativo
Educación media, bachillerato, secundaria superior (16 a 18 años) | Educación primaria, escuela elemental (6 a 12 años) | Educación secundaria básica (12 a 16 años)
Idioma
Revisado por pares
Formato del archivo
Volumen
23
Número
8
Rango páginas (artículo)
191-220
ISSN
21787727
Referencias
Acosta, T.&Gallo, S. (2020). A educação em disputa no Brasil contemporâneo: entre os estudos de gênero, a dita ideologia de gênero e a produção de uma ‘ideologia de gênesis’. Educação (UFSM),45, 1–28. https://doi.org/http://dx.doi.org/10.5902/1984644443607 Agostinho, L. D. (2017). Diagrama ou Dispositvo? Foucault entre Deleuze e Agamben. Cadernos de Ética e Filosofia Política, 30, 6–19. http://www.revistas.usp.br/cefp/article/view/140573 Amorim, A. C. R. (2016).Olhares interessados para as imagens de um livro didático de Biologia. Revista de Educación en Biología,19(1). Beauvoir, S. (1980). O segundo sexo.Nova Fronteira. Bonjorno, J. R. et. al. (2014a). Novo girassol: saberes e fazeres do campo.Alfabetização matemática–1º ano. FTD. Bonjorno, J. R. et. al. (2014b). Novo girassol: saberes e fazeres do campo. Alfabetização matemática–2º ano. FTD . Bonjorno, J. R. et. al. (2014c). Novo girassol: saberes e fazeres do campo. Alfabetização matemática –3º ano. FTD Butler, J. P. (2003). Problemas de Gênero: feminismo e subersão da identidade(R. Aguiar (trans.)). Civilização Brasileira. Collange, M. S.; Almeida, C. A.&Amorim, A. C. (2014).Natureza em imagens de livros didáticos de Biologia do Ensino Médio. Revista da SBEnBio, 7. Foucault, M. (1987). A Arqueologia do Saber. In L. F. B. Neves (Trans.), 1969 (3rd ed.). Forense -Universitária. Foucault, M. (1996). A Ordem do Discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. In L. F. de A. Sampaio (Trans.), 1971 (3rd ed.). Loyola. Foucault, M. (1998). Microfísica do Poder. In R. Machado (Trans.), 1979 (13th ed., Vol. 7). Graal. Foucault, M. (1999). As Palavras e as Coisas: uma arqueologia das ciências humanas.In S. T. Muchail (Trans.), 1966 (8th ed.). Martins Fontes. Foucault, M. (2014). O Sujeito e o Poder. In Manoel Barros da Motta (Ed.), & Abner Chiquieri (Trans.), Ditos e Escritos, volume IX: genealogia da ética, subjetividade de sexualidade(Vol. 9, pp. 118–140). Forense. Friedrich, D. (2010). Historical consciousness as a pedagogical device in the production of the responsible citizen. Discourse: Studies in the Cultural Politics of Education, 31(5), 649–663. https://doi.org/10.1080/01596306.2010.516947 Gallo, S. D. de O. (2016). Algumas notas em torno da pergunta: “o que pode a imagem?” Revista Digital Do LAV, 9(1), 016. https://doi.org/10.5902/1983734821766 Godoy, E. V., Musha, F. D., Lima, Y. C., & Silva, M. A. (2020). Gênero na Matemática Escolar: um ato de resistência política. Ensino Em Re-Vista, 27(3), 979–1004. https://doi.org/10.14393/ER-v27n3a2020-9 Gomes, L. B. et al. (2014a).Alfabetização Matemática e Ciências–2º Ano. Coleção Campo Aberto. Global. Gomes, L. B. et al. (2014b).Alfabetização Matemática e Ciências–3º Ano. Coleção Campo Aberto. Global. Jørgensen, K. M. (2017).Vibrant power, vibrant subjectivities: A storytelling approach to the study of power in education. Educação Unisinos, 21(1). Lima, I. G. de&Hypolito, Á. M. (2019).A expansão do neoconservadorismo na educação brasileira. Educação e Pesquisa, 45, 1–15. https://doi.org/10.1590/s1678-463420194519091 Longen, A. (2014). Projeto Jimboê -Alfabetização Matemática(Vol. 3). Editora do Brasil. Lopes, A. C. (2019). Itinerários formativos na BNCC do Ensino Médio: identificações docentes e projetos de vida juvenis.Retratos Da Escola, 13(25), 59. https://doi.org/10.22420/rde.v13i25.963 Macedo, E. (2017). As Demandas Conservadoras do Movimento Escola Sem Partido e a Base Nacional Curricular Comum. Educação & Sociedade, 38(139), 507–524. https://doi.org/10.1590/es0101-73302017177445 Mead, M. (1971). Macho e fêmea. Vozes. Nani, A. P. S. (2014). Aprender Juntos -Alfabetização Matemática(4th ed.). SM. Neto, V. F. (2019). Quando aprendo matemática, também aprendo a viver no campo? Mapeando subjetividades. Tese (Doutorado em Educação Matemática). Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande. Neto, V. F., & Valero, P. (2020). A (in)equidade de gênero em educação matemática: pesquisando as pesquisas. In H. J. L. Gonçalves (Ed.), Educação Matemática e Diversidade(s) (pp. 195–213). Fi. Peñaloza, G., & Valero, P. (2016). Nihil obstat. Las ciencias naturales escolares y la fabricación del ciudadano católico en Colombia. Educação Unisinos, 20(1), 3–13. https://doi.org/10.4013/edu.2016.201.01 Pessôa, K., Vieira, F., & Ribeiro, J. (2014). A Escola é Nossa -Alfabetização Matemática(3rd ed.). Scipione. Rose, N.&Miller, P. (1992).Political Power beyond the State: Problematics of Government. The British Journal of Sociology, 43(2), 173. https://doi.org/10.2307/591464 Popkewitz, T. (2004). The Alchemy of the Mathematics Curriculum: Inscriptions and the Fabrication of the Child. American Educational Research Journal, 41(1), 3–34. https://doi.org/10.3102/00028312041001003 Rose, N., &Miller, P. (1992). Political Power beyond the State: Problematics of Government. The British Journal of Sociology, 43(2), 173. https://doi.org/10.2307/591464 Silva, M. A. (2016). Investigações Envolvendo Livros Didáticos de Matemática do Ensino Médio: a trajetória de um grupo de pesquisa. RIPEM -Revista Internacional de Pesquisaem Educação Matemática, 9(3), 36–54. https://doi.org/10.17921/2176-5634.2016v9n3p36-54 Silva, M. A., Neto, V. F., & Souza, D. M. X. de B. (2020). Governo dos corpos: aprendendo a ser menina e a ser menino em livros didáticos de matemática. In H. J. L. Gonçalves (Ed.), Educação Matemática e Diversidade(s) (pp. 214–233). Fi. Silveira, Ê. (2014). Projeto Navegar Matemática -Alfabetização Matemática. Moderna. Souza, D. M. X. de B., & Silva, M. A. (2017a). A Regência do Currículo de Matemática: uma racionalidade para governar modos de vida. In J. C. Morgado, H. Norberto, & J. Souza (Eds.), Currículo, Ideologia, Teorias e Políticas Educacionais(Vol. 6, pp. 718–726). ANPAE. http://www.coloquiocurriculo.com.br/diversos/Serie6.pdf Souza, D. M. X. de B., & Silva, M. A. (2017b). Questões de gênero no currículo de matemática: atividades do livro didático. Educação Matemática Pesquisa, 19(3), 374–392. https://doi.org/10.23925/1983-3156.2017v19i3p374-392 Souza, D. M. X. de B., & Silva, M. A. (2018). O dispositivo pedagógico do currículo-brinquedo de matemática, marcado pela dimensão de gênero, na produção de subjetividades. Reflexão e Ação, 26(2), 149–164. https://doi.org/10.17058/rea.v26i2.11747 Süssekind, M. L. (2019). A BNCC e o “novo” Ensino Médio: reformas arrogantes, indolentes e malévolas. Retratos Da Escola, 13(25), 91. https://doi.org/10.22420/rde.v13i25.980 Valero, P., Silva, M. A., & Souza, D. M. X. de B. (2019). The curricular-toy, mathematics and the production of gendered subjectivities. Proceedings of the Tenth International Mathematics Education and Society Conference(MES10), Article 10.