Movimento de decolonialidade de gênero nas aulas de matemática: o trabalho com Tecnologias Digitais (TD)
Tipo de documento
Autores
Lista de autores
Rosa, Maurício y Sachet, Bruna
Resumen
Investigamos de que modo problematizações podem emergir de uma prática pedagógica decolonial que utiliza memes misóginos e a reflexão matemática sobre questões de gênero, com recursos digitais, em uma aula de matemática do 1º ano do Ensino Médio. Partimos da concepção de gênero como uma forma de colonialidade. Nessa perspectiva, vamos ao encontro da decolonialidade que atua para desestabilizar a ideia colonial, percebendo a concepção de gênero pela necessidade de se questionar os padrões eurocêntricos. Assim, nesse estudo, o grupo de participantes resolveu atividades com memes e com Google Trends, discutindo aspectos relativos à concepção de gênero, principalmente, pela matemática. Buscamos, sob uma abordagem qualitativa, investigar por meio da matemática com Tecnologias Digitais (TD) uma prática que venha problematizar a concepção de gênero, promovendo a consciência de valores e dos direitos humanos. Nesse artigo, apresentamos um recorte da prática, a qual foi protagonizada por um grupo de estudantes. A problematização começou a ser constatada em um primeiro momento de atividades, pois a imagem que um aluno tinha da mulher continha traços da colonialidade, ou seja, traços de inferiorização, subalternização e invisibilidade da mulher. Mas, no decorrer da pesquisa, esse mesmo aluno demonstrou resistência à colonialidade, questionando, problematizando os padrões de beleza e comportamento feminino impostos pela sociedade. Por meio das práticas de propor um ambiente de discussão com memes e análise crítica dos gráficos gerados pelo Google Trends, as problematizações da concepção de gênero foram efetuadas de modo a tornarem-se potencializadas pela matemática com TD.
Fecha
2021
Tipo de fecha
Estado publicación
Términos clave
Género | Otro (dispositivos) | Reflexión sobre la enseñanza | Software
Enfoque
Nivel educativo
Idioma
Revisado por pares
Formato del archivo
Volumen
35
Número
71
Rango páginas (artículo)
1246-1274
ISSN
19804415
Referencias
AKOTIRENE, C. Interseccionalidade. Feminismos Plurais. São Paulo: Editora Jandaíra, 2020. ARAÚJO, F. Colonialismo. 2019. Disponível em: https://www.infoescola.com/historia/ colonialismo/. Acesso em: 15 ago. 2019. BUTLER, J. Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. 19. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2020. CASSIANO, O. Guia para Linguagem Neutra (PT-BR): porque elus existem e você precisa saber! Medium. 2019. Disponível em: https://medium.com/guia-para-linguagem-neutra-pt-br/guia-paralinguagem-neutra-pt-br-f6d88311f92b. Acesso em: 11 abr. 2021. D’AMBROSIO, U. A Educação Matemática e o Estado do Mundo: desafios. Em Aberto, Brasília, v. 27, n. 91, p. 157-169, jan./jun. 2014. D'AMBROSIO, B. S.; LOPES, C. E. Insubordinação Criativa: um convite à reinvenção do educador matemático. Bolema, Rio Claro, v. 29, n. 51, p. 1-17, 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-636X2015000100002&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 30 ago. 2017. DÍAZ, C. C. M. Defining and Characterizing the Concept of Internet Meme. Revista CES Psicología, Medellín, v. 2, p. 82-104, 2013. FREIRE, P. Pedagogia da Indignação. São Paulo: UNESP, 2004. GOMES, C. M. Gênero como Categoria de Análise Decolonial. Civitas, Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 65-82, jan.-abr. 2018. LOPES, C. E.; PERES G. J.; GRANDO R. C. Os Percursos da Insubordinação Criativa nas Pesquisas Socializadas no ICOCIME 1. REnCiMa, São Paulo, v. 8, n. 4, p. 1-4, 2017. JAPIASSÚ, H. MARCONDES, D. Dicionário Básico de Filosofia. 3. ed. Rio de janeiro: Jorge Zahar, 2001. LOURO, G. L. Gênero e Sexualidade: pedagogias contemporâneas. Pro-Posição, v.19, n. 2, p. 17-23, maio/ago. 2008. LUGONES. Rumo a um Feminismo Decolonial. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 22, n. 3, p. 935-952, set./dez. 2014. MALDONADO-TORRES, N. Sobre la Colonialidad del Ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. In: CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (Coords.). El Giro Decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores/Instituto Pensar, 2007. p. 127-167. MARTINS, A.G. Menino Veste Azul e Menina Veste Rosa é Metáfora para Respeitar o que é Natural. 2019. Disponível em: https://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,menino-veste-azul-emenina-veste-rosa-e-metafora-para-respeitar-o-que-e-natural-diz-secretaria,70002668135. Acesso em: 14 ago. 2019. MENESES, C. S. Relações de Gênero na rede social: um olhar sobre o “Manual para entender as mulheres”. In: NOME DO EVENTO, 16., 2012, Rio de Janeiro. Anais [...] Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2012. p. 2636 – 2654. MEYER, D. E. Teorias e Políticas de Gênero: fragmentos históricos e desafios atuais. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 57, n. 1, p. 13-8, jan./fev. 2004. PINTO, D. M. Experiências com Matemática(s) na Escola e na Formação Inicial de Professores: desvelando tensões em relações de colonialidade. 2019. Tese (Doutorado em Ensino e História da Matemática e da Física) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019. QUIJANO, A. Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. In: LANDER, E. (Ed.). Lacolonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas Latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO, 2000. p. 201-246. ________. “Modernity, Identity, and Utopia in Latin America”. In: BEVERLEY, J.; ARONNA, M.; OVIEDO, J. (Eds.). The Postmodernism Debate in Latin America. Durham: Duke University Press, 1995. p. 201-216. ROSA, M. Tessituras teórico-metodológicas em uma perspectiva investigativa na Educação Matemática: da construção da concepção de Cyberformação com professores de matemática a futuros horizontes. In: OLIVEIRA, A. M. P. de; ORTIGÃO, M. I. R. (Orgs.). Abordagens teóricas e metodológicas nas pesquisas em educação matemática. 1ed. Brasília: SBEM, 2018, p. 255-281. Disponível em: . Acesso em: 08 jun. 2021. ________. Insubordinação Criativa e a Cyberformação com professores de Matemática: desvelando experiências estéticas por meio de tecnologias de Realidade Aumentada. Revista de Ensino de Ciências e Matemática, v. 8, n. 4, p. 157-173, 21 dez. 2017. Disponível em: . Acesso em: 08 jun. 2021. ROSA, M; CALDEIRA, J. P. S. Conexões Matemáticas entre Professores em Cyberformação Mobile: como se mostram? Bolema, Rio Claro, v. 32, n. 62, p. 1068-1091, 2018. DOI:10.1590/1980-4415v32n62a16 SANTOS, R. R. dos. Google Trends e Google Correlate: potencialidades para o ensino de matemática em turmas de 9º ano do Ensino Fundamental. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Licenciatura em Matemática) – Instituto de Matemática, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018. SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 5-22, jul./dez. 1990. SILVA, G. Qual o Significado da Sigla LGBTQIA+? Entenda o significado de cada letra e a sua importância para o movimento. EducamaisBrasil. 2020. Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/dicas/qual-o-significado-da-sigla-lgbtqia. Acesso em: 03 mar. 2021. SOUZA, E. A.; OLIVEIRA, G. A. F.; MIRANDA, E. R.; COUTINHO, S. G.; FILHO, G. P.; WAECHTER, H. N. Alternativas Epistemológicas para o Design da Informação: a forma enquanto conteúdo. InfoDesign – Revista Brasileira de Design da Informação, São Paulo, v. 16, n. 2, p. 107 – 118, 2016. WALSH, C. Interculturalidad, Plurinacionalidad y Decolonialidad: las insurgencias políticoepistémicas de refundar el Estado. Tabula Rasa, Bogotá, v. 9, n. 9, p. 131-152, jul./dez. 2008. WALSH, C. Lo Pedagógico y ló Decolonial: entretejiendo caminos. In: WALSH, C. (org.). Pedagogíasdecoloniales: prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir. Quito: Abya Yala, 2013. p. 23-68.