O habitus e a formação do professor de matemática: em busca de uma compreensão do habitus professoral
Tipo de documento
Lista de autores
da-Costa, Lucélida de Fátima Maia y Silva, Francisco Hermes Santos
Resumen
Neste ensaio estabelecemos uma discussão sobre a possível constituição de um habitus professoral do professor de matemática, pautando-nos nas ideias de Pierre Bourdieu e na interpretação que outros autores fazem dela com intuito de chamar a atenção ao modo como tradicionalmente vêm ocorrendo os processos de formação de professores de matemática. Nossa compreensão sobre a temática alicerçase nas ideias dos autores utilizados neste texto e nas experiências que construímos como professores formadores em universidades públicas e como pesquisadores imersos na área de educação matemática. Concluímos que o habitus, no confronto das ideias, se mostrou não com um sentido de reafirmação de um caráter de reprodução de sucessos ou fracassos, mas como uma permanente construção humana individual e coletiva que sofre adaptações, evolui e se transforma de acordo com a capacidade reflexiva de cada sujeito. Desse modo, a constituição de um habitus professoral do professor de matemática deve contemplar ações que ultrapassem a simples apropriação do conhecimento por meio da memorização sem a devida reflexão sobre o alcance do que estamos ensinando, o tempo, o espaço, a cultura, as expectativas e as necessidades dos indivíduos e do lugar onde estamos ensinando matemática.
Fecha
2014
Tipo de fecha
Estado publicación
Términos clave
Enfoque
Idioma
Revisado por pares
Formato del archivo
Volumen
5
Número
2
Rango páginas (artículo)
1-17
ISSN
21779309
Referencias
BAIRROS, M. S. O Habitus e a atuação docente: Estudo sobre as conexões entre habitus e trabalho docente. 2011. Tese (Doutorado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011. BECKER, F. Epistemologia do professor de matemática. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. BONDIA, J. L. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação. [online]. n.19, pp. 20-28. 2002. ISSN 1413-2478. BOURDIEU, P. Sociologia. São Paulo: Ática, 1983. ______. Pierre Bourdieu avec Löic Wacquant; réponses. Paris: Seuil, 1992. ______. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: Ed. da UNESP, 2004. ______. Razões Práticas: sobre a teoria da ação. Campinas, SP: Papirus, 2007 ______. O poder simbólico. Tradução de Fernando Tomaz (português de Portugal). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009. BOURDIEU, P.; PASSERON, J-C. A Reprodução: Elementos para uma teoria do sistema de ensino. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013. BRAUMANN, C. Divagações sobre investigação matemática e o seu papel na aprendizagem da matemática. In: PONTE, J. P.; COSTA, C.; ROSENDO, A. I.; MAIA, E.; FIGUEIREDO, N.; DIONÍSIO, A. D. (Org.). Actividades de investigação na aprendizagem da Matemática e na formação de professores. Coimbra: Secção de Educação e Matemática da Sociedade Portuguesa de Ciências de Educação, 2002. pp. 5-24. CANCLINI, N. G. Culturas Híbridas: Estratégias para Entrar e Sair da Modernidade. Tradução Heloisa Pezza Cintrão, Ana Regina Lessa. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006. CHARLOT, B. Da relação com o saber às práticas educativas. São Paulo: Cortez, 2013. DINIZ, M. I. Resolução de problemas e comunicação. In: SMOLE, K. S.; DINIZ, M. I. Ler, escrever e resolver problemas: habilidades básicas para aprender matemática. Porto Alegre: Artmed, 2001. p. 87-97. ECHEVERRÍA, M. D. P. P.; POZO, J. I. Aprender a resolver problemas e resolver problemas para aprender. In: POZO, J. I. A solução de problemas: aprender a resolver, resolver para aprender. Porto Alegre: Artmed, 1998. LAMONATO, M.; PASSOS, C. L. B. Discutindo resolução de problemas e exploração - investigação matemática: reflexões para o ensino de matemática. Zetetiké - FE/Unicamp, Campinas, 2011. v. 19, n. 36 – jul/dez. pp. 51-74. MATTOS, S. M. N. de; MATTOS, J. R. L. de. Saberes e competências para a formação dos professores de Educação Matemática: estado da arte. Anais do XII CIAEM. Recife: UFPE, 2011. MORIN, E.; CIURANA, E-R.; MOTTA, R. D. Educar na era planetária: o pensamento complexo como método de aprendizagem pelo erro e incerteza humana. São Paulo: Cortez, 2007. NASCIMENTO, M. G. C. A. Trajetórias de vida de professores formadores: A constituição de habitus profissionais. 2006. Tese (Doutorado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação da PUC-Rio, Rio de Janeiro, 2006 PERRENOUD, P. et al. (Orgs.). Formando professores profissionais: quais estratégias? quais competências? Porto Alegre: Artmed, 2001. POLYA, G. A arte de resolver problemas: um novo aspecto do método matemático. Tradução: Heitor Lisboa de Araújo. Rio de Janeiro: Interciência, 1995. SANTOS, L.; NÁPOLES, S.; VELOSO, E. A Matemática na formação inicial de professores. Revista Educação e Matemática, 2007. n° 91. Janeiro/fevereiro. pp. 90-95. SETTON, M. da G. J. A teoria do habitus em Pierre Bourdieu: uma leitura contemporânea. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, 2002. nº 20, Maio/Jun/Jul/Ago. pp. 60-70. SILVA, M. Habitus professoral e habitus estudantil: Uma proposição acerca da formação de professores. Educação em Revista. [online], 2011. v. 27. n. 03. n.19, pp. 335-360. TARDIF, M. Saberes Docentes e Formação Profissional. Trad. Francisco Pereira. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. WACQUANT, L. Esclarecer o Habitus. Educação & Linguagem. São Paulo, ano 10. nº 16. jul.-dez. 2007, pp.63-71