Posicionalidade em pesquisas em etnomatemática: Discutindo os movimentos de ir e vir entre o campo e a academia
Tipo de documento
Autores
Lista de autores
Rosa, Milton y Clarke, David
Resumen
Para que o trabalho investigativo em etnomatemática seja conduzido apropriadamente, é importante discutir sobre a necessidade de que os pesquisadores compreendam os outros por meio de uma relação cíclica de estranhamentos que pode ocorrer durante o desenvolvimento de encontros dialógicos durante a condução do trabalho de campo desse programa. Esse artigo teórico evidencia que, nesse jogo de estranhamentos, ocorrem constantes transformações nas leituras de mundo que estão relacionadas com a posicionalidade dos pesquisadores com relação ao estarem lá (êmico) no campo ou de estarem aqui (ético) na academia. Então, o entendimento desse movimento indissociável de ir e vir entre o estar lá e o estar aqui pode facilitar o estabelecimento de relações simétricas e de alteridade na interação dialógica que permeia a dinâmica dos encontros entre os membros de um determinado grupo cultural (insiders) com os pesquisadores (outsiders). Nesse sentido, existe a necessidade de que os pesquisadores reconheçam o movimento de ir e vir, bem como a aproximação ou o distanciamento entre os pesquisadores e pesquisados, pois a posicionalidade é uma condição necessária para que a interação dialógica se manifeste no trabalho de campo conduzido nas investigações em etnomatemática.
Fecha
2017
Tipo de fecha
Estado publicación
Términos clave
Enfoque
Idioma
Revisado por pares
Formato del archivo
Revista
Revista Latinoamericana de Etnomatemática: Perspectivas Socioculturales de la Educación Matemática
Volumen
10
Número
3
Rango páginas (artículo)
233-255
ISSN
20115474
Referencias
Armstrong, G. (1993). Like that Desmond Morris? In D, Hobbs. T, May. (Eds.). Interpreting the field: accounts of ethnography (pp. 3-44). Oxford, England: Clarendon Press, 1993. Bakhtin, M. (1979). Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo, SP: Hucite. Coffey, A. (1999). The ethnographic self: fieldwork and the representation of identity. London, England: Sage. D’Ambrosio, U. (2011). A transdisciplinaridade como uma resposta a sustentabilidade. NUPEAT–IESA–UFG, 1(1), 1–13. D’Olne Campos, M. (2000) “Estar aqui” e “estar lá”: tensões e intersecções com o trabalho de campo. In. M, Domite. (Ed.). Anais do Primeiro Congresso Brasileiro de Etnomatemática – CBEm1 (pp. 117-131). São Paulo, SP: FE-USP. D’Olne Campos, M. (2002). Etnociência ou etnografia de saberes, práticas e técnicas? In M, Amorozo.; L, C, Ming.; S, M, Silva. Métodos de coleta e análise de dados em etnobiologia e etnoecologia e disciplinas correlatas (pp. 47-91). Rio Claro, SP: UNESP. Dwyer, K. (1982). Moroccan dialogues: anthropology in question. London, England: J. Hopkins Press. England, K. V. L. (1994). Getting personal: reflexivity, positionality, and feminist research. The Professional Geographer, 46(1), 80-89. Fetterman, D. M. (2010). Ethnography: step by step. Thousand Oaks, CA: SAGE. Freire, P. (1996). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo, SP: Paz e Terra, Geertz, C. J. (1973). Thick description: toward an interpretative theory of culture. In C, Geertz. (Ed.). The interpretation of culture: selected essays (pp. 3-30). New York, NY: Basic Books. Gusmão, N. M. M. (1999). Linguagem, cultura e alteridade: imagens do outro. Cadernos de Pesquisa, 107, 41-78. Hammersley, M., & Atkinson, P. (1983). Ethnography: principles in practice. London, England: Routledge. Harris, M. T. (1980). he epistemology of cultural materialism. In M, Harris. Cultural materialism: the struggle for a science of culture (pp. 29-45). New York, NY: Random House. Herod, A. (1999). Reflections on interviewing foreign elites: praxis, positionality, validity, and the cult of the insider. Geoforum, 30, 313-327. McDowell, L. (1992). Doing gender: feminism, feminists, and research methods in human geography. Transactions of the Institute of British Geographers, 17, 399-416. Nast, H. (1994). Women in the field: critical feminist methodologies and theoretical perspectives. Professional Geographer, 46(1), 54-66. Orey, D. C. (2000).The ethnomathematics of the Sioux tipi and cone. In H, Selin. (Ed.). Mathematics across culture: the history of non-western mathematics (pp. 239-252). Dordrecht, The Netherlands: Kluwer Academic Publishers. Pearson, G. (1993). Talking a good fight: authenticity and distance in the ethnographer's craft. Oxford, England: Clarendon Press. Pike, K. L. (1967). Language in relation to a unified theory of the structure of human behaviour. The Hague, Netherlands: Mouton. Posey, D. A. (1986). Introdução: etnobiologia, teoria e prática. In D, Ribeiro. (Ed.). Suma etnológica brasileira (pp. 15-25). Petrópolis, RJ: Vozes. Roazzi, A. (1987). Pesquisa e contexto: métodos de investigação e diferenças sócioculturais em questão. Cadernos de Pesquisa, 62, 35-44. Rosa, M. (2014). Explorando saberes e técnicas locais no contexto da etnomodelagem: destacando-se as abordagens êmica, ética e dialógica. Faculdade de Educação. Relatório de Pós-doutorado em Educação. São Paulo, SP: Universidade de São Paulo. Rosa, M., & Orey, D. C. (2012). O campo de pesquisa em etnomodelagem: as abordagens êmica, ética e dialética. Educacao e Pesquisa, 38(4), 865-879. Rosa, M., & Orey, D. C. (2015). Three approaches in the research field of ethnomodeling: emic (local), etic (global), and dialogical (glocal). Revista Latinoamericana de Etnomatemática, 8(2), 364-380. Rosa, M., & Orey, D. C. (2017). Etnomodelagem: a arte de traduzir práticas matemáticas locais. São Paulo, SP: Editora Livraria de Física. Sampaio, M. C. H. (2005). Democracia, cidadania e linguagem em tempos de globalização. Recife, PE: PPGL. Schmidt, M. L. S. (2006). Pesquisa participante: alteridade e comunidades interpretativas. Psicologia USP, 17(2), 11-41 Steiner, F. (1991). Introduction: research as self-reflexivity, self reflexivity as social process. London, England: Sage. Sue, D. W., & Sue, D. (2003). Counseling the culturally diverse: theory and practice. New York, NY: John Wiley & Sons. Telles, N. (1987). A imagem do índio no livro didático: equivocada, enganadora. In A, L, Silva. (Org.). A questão indígena na sala de aula (pp. 75-76). São Paulo, SP: Brasiliense. Winch, P. (1963). The idea of a social science and its relation to philosophy. London, England: Routledge & Kegan Paul