Uma sequência didática para investigar o desenvolvimento do pensamento algébrico: perspectiva metodológica
Tipo de documento
Lista de autores
Campos, Márcia Azevedo, Farias, Luiz Márcio Santos y Fonseca, Laerte Silva da
Resumen
Este artigo, recorte de um estudo de doutorado, discute uma proposta metodológica fruto da pesquisa de abordagem experimental desenvolvida nos pressupostos da didática da matemática como uma engenharia didática e objetiva descrever algumas das contribuições de uma Sequência Didática (SD) elaborada para o ensino de números naturais. Analisamos as contribuições, condições e restrições para a sua implementação, visando o desenvolvimento do pensamento algébrico. Esta compreendeu oito momentos didáticos e a experimentação se deu com 111 alunos de três turmas do 6º ano do ensino fundamental de uma escola pública estadual. Os problemas aplicados nas três sessões de experimentação foram elaborados a partir da análise preliminar do livro didático, das orientações curriculares e da revisão de literatura, em linguagem natural, numérica e icônica com recursos ostensivos, como o registro escrito, tabelas, bolinhas, figuras, que pudessem evocar elementos não ostensivos, como o pensamento algébrico. A engenharia didática sistematizou o estudo e as atividades da SD, direcionou nossas análises e possibilitou uma interessante interlocução entre os objetivos traçados para a pesquisa a partir do cruzamento das análises, e do que recolhemos de dados nas experimentações. Resultados apontaram que o pensar algebricamente se manifesta principalmente na capacidade de estabelecer relações entre os dados de um problema, significando-os. Assim, a SD, a engenharia didática e os arcabouços teóricos da didática da matemática se mostraram frutíferos, a partir dos resultados obtidos. As atividades sistematizadas e sua condução didática contribuíram para a promoção do conhecimento e o enriquecimento da educação algébrica e assim da aprendizagem matemática, além de mostrar caminhos a outras pesquisas.
Fecha
2021
Tipo de fecha
Estado publicación
Términos clave
Álgebra | Didáctica francesa | Pensamientos matemáticos | Tipos de metodología
Enfoque
Nivel educativo
Idioma
Revisado por pares
Formato del archivo
Volumen
12
Número
4
Rango páginas (artículo)
1-20
ISSN
21779309
Referencias
ALMEIDA, J. R. Níveis de desenvolvimento do pensamento algébrico: um modelo para os problemas de partilha de quantidade. 2016. Tese (Doutorado em Educação Matemática e Tecnológica). Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2016. Disponível em http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/7451. ALMOULOUD, S.; SILVA, M. J. F. Engenharia didática: evolução e diversidade. Revemat. Florianópolis, v. 07, n. 2, p. 22-52, 2012. ARTIGUE, M. Ingénierie didactique. In: Equipe DIDIREM, Université Paris (Org.) Recherches en Didactique des Mathématiques. La Pensée Sauvage Éditions, v. 9, n.3, 1988, p. 281–308. Recuperado de https://revue-rdm.com/bibliotheque/ ARTIGUE, M. Ingénierie didactique. l’Institut de recherche mathématiques de Rennes. Fascicule S6, p. 124-128, 1989. Recuperado de http://www.numdam.org/item?id=PSMIR_1989 S6_124_0. ARTIGUE, M. Épistémologie etdidactique. Recherches en Didactique des Mathématiques. Grenoble: La Pensée Sauvage éditions, v. 10, n. 2.3, p. 241-286, 1990. Recuperado de https://revue-rdm.com/bibliotheque/. ARTIGUE, M. Engenharia Didática. In: BRUN, J. (org.) Didáctica das Matemáticas. Lisboa: Instituto Piaget, 1996, p. 193-217. BITTAR, M. Contribuições da teoria das situações didáticas e da engenharia didática para discutir o ensino de matemática. In: TELES, R. A. M.; BORBA, R. E. S. R.; MONTEIRO, C. E. F. (Org.). Investigações em didática da matemática. Recife: UFPE, v. 1, 2017, p. 101-132. BLANTON, M.; KAPUT, J. Characterizing a classroom practice that promotes algebraic reasoning. Journal for Research in Mathematics Education, v. 5, n. 36, p. 412-446, 2005. Recuperado de https://www.jstor.org/stable/30034944. BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação. Porto: Porto Editora, 1994. BOSCH, M.; CHEVALLARD, Y. La sensibilité de l’activité mathématique aux ostensifs objet d’etude et problematique. Recherche en Didactique des Mathématiques, v. 19, n. 1, p. 77-124, 1999. Recuperado de https://revue- rdm.com/1999/la-sensibilite-de-l-activite/. BRASIL. PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais (5ª a 8ª Séries) – Matemática. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, DF, 1998. Recuperado de http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/matematica.pdf. BRASIL. BNCC – Base Nacional Comum Curricular – Ensino Fundamental. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, DF, 2018. Recuperado de http://basenacionalcomum.mec.gov.br. CAMPOS, M. A. Construindo significados para o x do problema. 2015. 167 f. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática) – Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus/BA, 2015. Disponível em http://www.biblioteca.uesc.br/biblioteca/bdtd/201360047D.pdf. CAMPOS, M. A. Uma sequência didática para o desenvolvimento do pensamento algébrico no 6º ano do ensino fundamental. 2019. 206 fls. Tese (Doutorado em Ensino, Filosofia e História das Ciências) - Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2019. CAMPOS, M. A.; CARVALHO, E. F.; OLIVEIRA, E. S. S; FONSECA, L. S. O psicocognitivismo de Piaget, o sociocognitivismo de Vygotsky e os registros de representação semiótica na aprendizagem matemática. In: FONSECA, L. S. (org). Fenômenos da Aprendizagem: princípios ativos para o ensino de ciências e matemática. (Recurso eletrônico). São Cristóvão: Editora UFS, 2021, p. 25-39. CARRAHER, D. W.; SCHLIEMANN, A. D. Early Algebra and algebraic reasoning. In: LESTER, F. (Ed.). Second handbook of mathematics teaching and learning. Greenwich: Information Age Publishing, 2007, p. 669-705. CHEVALLARD, Y. L’analyse des pratiques enseignantes en théorie anthropologique du didactique. Recherche en Didactique des Mathématiques, v. 19, n. 2, p. 221-266, 1999. Recuperado de https://revue-rdm.com/1999/l-analyse-des-pratiques/. CHEVALLARD, Y. Organiser l’étude. Ecologie & regulation. Actes de la École d’Éte de Didactique des Mathématiques. France: La Pensée Sauvage, p. 41-55, 2002. Recuperado de http://yves.chevallard.free.fr/spip/spip/article.php3?id_article=62. CHEVALLARD, Y. La notion d’ingénierie didactique, un concept à refonder: La notion d’ingénierie didactique, un concept à refonder. In: École d’éte de didactique des mathematiques, 15. Clermont-Ferrand. Acté... Clermont-Ferrand: Université Clermont Auvergne, p. 1-44, 2009. CRESWELL, J. W. Qualitative inquiry and research design: Choosing among five approaches. 2. ed. Thousand Oaks, Canadá: Sage, 2013. DA ROCHA FALCÃO, J. T. A álgebra como ferramenta de representação e resolução de problemas. In; SCHILLIEMAN, A. D. et al. (Org.). Estudos em Psicologia da Educação Matemática. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 1993, p. 85-107. DUVAL, R. Registros de representações semióticas e funcionamento cognitivo da compreensão matemática. In: MACHADO, S. D. A. (Org.). Aprendizagem em matemática: registros de representação semiótica. Campinas, SP: Papirus, 2003, p. 11- 33. FIORENTINI, D.; MIORIM, M. A.; MIGUEL, A. Contribuição para um repensar... a Educação Algébrica Elementar. Pro-Posições, Campinas, v. 4, n. 1, p. 78-91, 1993. KAPUT, J. Teaching and learning a new algebra. In: FENNEMA, E; ROMBERG, T.A. (Eds.). Mathematics classrooms that promote understanding. Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum Associates, 1999, p. 133–155. LINS, R. C. A framework for understanding what algebraic thinking is. 1992. Tese (Doctor of Philosophy) – School of Education, University of Nothingam, Nothingam, UK, 1992. ONUCHIC, L. de la R.; ALLEVATO, N. S. G. Proporcionalidade através da Resolução de Problemas no Curso Superior de Licenciatura em Matemática. In: Seminário Internacional de Pesquisa em Educação Matemática, 6., 2015, Pirenópolis. Anais... Goiânia: UFG, 2015. RADFORD, L. Signs, gestures, meanings: Algebraic thinking from a cultural semiotic perspective. In: Durand-Guerrier, V.; Soury-Lavergne, S.; Arzarello, F. (Eds.). Proceedings of the Sixth Conference of European Research in Mathematics Education (CERME 6), Université Claude Bernard, Lyon, France, 2010, p. XXXIII – LIII. SCHWANDT, T. A. Três posturas epistemológicas para a investigação qualitativa: interpretativismo, hermenêutica e construcionismo social. In: DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. (Orgs.). O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006, p. 193-217. SQUALLI, H. Tout, tout, tout, vous saurez tout sur l’algèbre. Trois- Rivières: Éditions Bande Didactique, 2003.